sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Terapia Sexual

Na minha última postagem, lhes contei que fui diagnosticada com vaginismo. Fui aconselhada a procurar um terapeuta sexual que me auxiliasse nesta árdua caminhada.

Nunca fui muito adepta a este tipo de intervenção. Sempre fui bastante discreta e não gosto muito de expor minha vida pessoal, mesmo sabendo que neste caso, o outro seria um especialista.

Li no blog de um amigo as seguintes palavras: "O primeiro passo de qualquer tratamento é superar o medo da intervenção de um terceiro em nossa vida."

Pois bem, estou convencida de que a terapia, se não me fizer bem, mal também não irá fazer.
O fato de relutar tanto à terapia, me leva a acreditar que este seja o motivo pelo qual eu mais precise dela. 

O vaginismo é uma doença de cunho psicológico, então vamos tratar o psicológico! 
Acredito que descobrindo a raiz do problema, fica mais fácil tratá-lo.
Outro ponto positivo da terapia é aprender a lidar com os fracassos diários aos quais o vaginismo nos leva.  Preciso aprender a lidar com os meus, tenho vivido vários ao longo dos últimos anos.

Não foi nada fácil chegar até aqui; o medo da exposição e a vergonha me paralisavam, mas, à partir de hoje, não me paralisam mais! Não podemos perder cada esperança de cura, mesmo que elas pareçam insignificantes. Cada passo é um passo por menor que ele seja. 
Não desacredite, não!

Agora só falta achar um terapeuta com o qual eu me identifique, me sinta à vontade. 
Certeza de que não será uma tarefa nada fácil. (Pessoa pessimista, credo!)

Ainda não tenho muito para falar sobre o tema, pois me considero muito leiga no assunto, mas prometo postar aqui todas as etapas do tratamento.

Até mais. Abraços.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Enfim, o diagnóstico

Depois da última consulta, mais que frustrada, decidi procurar outra ginecologista. Fui sem muitas esperanças, mas a ideia de que eu estava acomodada atormentava meu casamento. Em todas as conversas mais sérias aparecia a cobrança!

Chegou o dia da consulta!
Esperei mais de 1 hora para ser atendida, (tenho a impressão que tudo acontece para que eu desista) mas enfim chegou a minha vez!

Muito simpática, ela me recebeu com um enorme sorriso no rosto, isso para mim, fez toda a diferença. Já me senti à vontade logo na entrada do consultório. 

Mas vamos ao que interessa! 
Eu disse a ela: Doutora, o motivo pelo qual estou aqui é  fato de não conseguir ter relações sexuais com penetração. Disse-lhe que parecia que havia uma barreira que impedia a penetração. Então ela pediu que eu me trocasse para ser examinada. Falou para que eu relaxasse, pediu para que eu confiasse nela, pois ela introduziria 1 dedo em mim e me garantiu que se eu relaxasse não doeria. E foi o que fiz, confiei e relaxei! Ela ficou com o dedo lá em média 1 minuto, massageando delicadamente as paredes da vagina. 
Não doeu nadinha, apenas me incomodou, afinal não estou acostumada a ter nada introduzido em mim.

Então ela me disse: Melissa, pelo que tudo indica você tem VAGINISMO!
Começou a explicar o que era, como os músculos reagiam a cada tentativa sexual, falou sobre o tratamento com ajuda psicológica, pois era um problema psicológico; apesar da dor ser física.

Saí de lá aliviada pelo diagnóstico, mas ao mesmo tempo bastante abalada. 
Apesar de já desconfiar que tinha vaginismo, lá no fundo eu preferia ter algum tipo de problema tratável através de remédios ou intervenção cirúrgica. Só quem sofre deste mal vai entender meus motivos.
É muito difícil saber que, praticamente 100% da minha cura, só depende de mim mesma.

Muito do que ela disse eu já sabia, antes de ter certeza do diagnóstico, eu já havia pesquisado bastante sobre o assunto. O próximo passo era ir até a psicóloga que ela me indicou.

Mas será mesmo que eu precisava de terapia? Li histórias de tantas meninas que se curaram sem. Porém, cada caso é um caso.




segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Ida ao Ginecologista 2

Como a outra gineco não me ajudou em nada, decidi procurar por outra na esperança de um diagnóstico definitivo.

Minha 2ª ida à ginecologista ocorreu alguns meses após a 1ª. Eu sei que deveria ter marcado o mais rápido possível, porém a cada ida  preciso de um tempo para me estabilizar. É muito difícil para mim, não consigo liderar com naturalidade com este problema, e o fato de ter que contar a minha limitação me faz muito mal. Enfim, talvez eu realmente precise, além da ajuda da ginecologista, da ajuda de um terapeuta; mas falarei sobre isto em um próximo post.

A segunda gineco era bem menos simpática que a primeira. Mal olhou na minha cara, a apatia surgiu de imediato. Por mim teria ido embora sem ao menos trocarmos uma só palavra, mas como eu já estava lá, não poderia perder a viagem.

Ela fez todo o procedimento de rotina, eu lhe disse o motivo pelo qual ali estava, ela me examinou, e assim como a primeira, constatou que não havia nada de errado comigo. Disse-me que eu era muito sadia e que estava com a saúde vaginal perfeita. 

Ainda assim, fizemos o famoso exame papanicolau, (fiquei bastante nervosa) mas senti apenas um incômodo, nada mais que isso; foi mais rápido do que eu imaginei! Fiquei bastante orgulhosa de mim mesma. Boba demais, eu sei! rs... Mas acreditem, para quem pensava que não tinha o tal "buraco", foi uma grande vitória.

Então tomei coragem e lhe perguntei sobre a hipótese de eu ter vaginismo, ela me disse que não era possível, pois mulheres com vaginismo não teriam condições de fazer o exame papanicolau. Gente, isso não é verdade, muitas mulheres com vaginismo podem perfeitamente aguentar o exames ginecológicos, as vezes, o problema somente está relacionado ao ato sexual. 
Por isso este é um problema muito mais emocional que físico.

E para fechar com chave de ouro, ela me olhou e disse: "Melissa, como já lhe disse antes, sua saúde íntima está ótima, a única coisa que precisa fazer é relaxar, simples assim. Se você não parar de ser tão infantil e mimada, acabará perdendo seu marido, pois ele irá te deixar." Vocês acreditam nisso? Sem o mínimo de sensibilidade e de profissionalismo! Apenas me despedi e saí imediatamente.

Gente, saí de lá tão arrasada, foi um dos piores dias da minha vida. Eu pensava: "como pode uma pessoa que deveria me ajudar, fazer uma coisa dessas comigo?" 

Sorte daquelas que encontraram bons médicos de imediato, mas infelizmente, a maioria das pessoas sofrem bastante, assim como eu, antes de encontrarem  bons profissionais de saúde.

Não desisto... Rumo à Cura!




domingo, 22 de setembro de 2013

Minha História

Tenho 30 anos, sou casada há 2 anos e 3 meses e meu pesadelo começou na lua de mel. Por opção, decidi que só perderia minha virgindade depois do casamento. E lá fomos nós, rumo à nossa primeira noite de amor.

Havia um misto de sentimentos dentro de mim: Alegria, satisfação, realização, ansiedade e medo, muito medo! Não sei explicar o porquê de tal sentimento, mas eu nunca imaginei que a primeira noite fosse ser fácil, sempre imaginei que fosse sentir vergonha e dor.

Já no quarto, começamos com as preliminares, e logo após partirmos para a tão temida penetração. Tentamos de todas as formas e não conseguimos. Eu sentia um certo incômodo e ardência. Ele pedia para que eu relaxasse.

Após várias tentativas, nós desistimos da penetração e resolvemos nos satisfazer de outra forma. Não posso negar que não foi como esperávamos, mas foi maravilhoso.

Conversamos e achávamos que não tínhamos conseguido por causa do nervosismo, cansaço, ansiedade e etc... Ele muito paciente disse que não havia problema e que no outro dia eu estaria mais tranquila e que tudo ocorreria normalmente.

Resumindo: todas a nossas demais tentativas foram frustradas, não conseguimos a penetração.





Ida ao Ginecologista

Vou contar-lhes sobre a minha 1ª consulta ao ginecologista depois de casada. 

Cheguei ao consultório e a gineco quis saber o motivo pelo qual eu estava ali. Conte-lhe que estava casada há 4 meses, e que ainda não havia conseguido a penetração, ela pediu que eu me trocasse e me deitasse na maca, (imediatamente comecei a ficar nervosa) ela começou me examinando e pediu para que eu relaxasse, quando eu menos esperei ela introduziu 2 dedos na minha vagina, contraí imediatamente e pedi que ela os retirasse (o desespero foi tamanho, que eu quase chorei). 

Então ela disse que não havia nada de errado comigo e que eu era perfeitamente normal, falou que eu precisava apenas relaxar e que tudo ocorreria bem. Minha vagina estava perfeita, nada de errado e muito menos de anormal (jurava que ele diria que eu tinha algum problema de formação, alguma anomalia...).

A maioria dos médicos desconhecem o vaginismo e quando conhecem, sabem pouco sobre o assunto. Por este motivo muitas de nós demoramos muito tempo para chegarmos ao diagnóstico certo.

Como ela disse que estava tudo bem, eu acabei não tocando no assunto.

Voltei para casa decepcionada, o que eu mais queria ouvir dela era que eu tinha algum tipo de inflamação, que iriamos tratar, e logo tudo estaria resolvido. Mas infelizmente não era tão simples. :(

E a saga continua!!!

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

O marido e o Vaginismo

Como prometido, hoje estou aqui para falar sobre as impressões e reações do meu marido diante deste vilão do casamento que se chama VAGINISMO.

Meu marido sempre foi bastante compreensivo diante do nosso problema, (digo nosso, pois muitos maridos acham que este é um problema somente da mulher, e não é! Este problema é dos dois, o marido não deve se acomodar e esperar que a mulher tome uma atitude sozinha. Ele tem papel fundamental no processo de cura. Na maioria das vezes ele é o único que conhece o nosso problema e seu apoio é fundamental) pois ele sempre acreditou que em algum momento daria certo.

Mas toda paciência uma hora começa a se esgotar, e foi o que aconteceu com ele. Diante da minha acomodação, ele começou a se estressar, e foi a partir daí que comecei a ir em busca de respostas. Meninas, eles sofrem tanto quanto nós, acreditem!

Não sabíamos o que se passava, mas sabíamos algo estava errado com o meu corpo. A ignorância era tamanha, que chegamos a achar que eu não tinha o tal "buraco", pois todas as vezes que tentávamos era como se eu fosse completamente lacrada, e por mais que insistíssemos não dava em nada, só aumentava a nossa frustração. O máximo que conseguíamos era que eu ficasse com uma ardência de tanto forçar.

Foram muitas conversas, tentativas frustradas, choros, noites em claro... até que em uma dessas noites fui para a internet em busca de respostas, e lá encontrei vários sites e blogs que falavam sobre o vaginismo. Ao ler cada palavra, parecia que eu mesma as tinha escrito, me identifiquei com cada história. E foi a partir daí que decidi procurar ajuda médica.

A minha consulta com a ginecologista ficará para o próximo post. Até breve.

   

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

O motivo deste Blog

Olá, como vocês estão? Espero que apesar de tudo, estejam confiantes!

Se você se reportou até aqui, provavelmente você tenha vaginismo, conhece alguém que tenha ou está desconfiada que possa ter. Não é mesmo? Por isso  estou aqui, menos sozinha, com toda certeza!

Bem, o motivo pelo qual resolvi criar este blog é para compartilhar a minha história, conhecer a sua e juntas nos fortalecermos para enfrentarmos este problema tão silencioso. 

Não sei vocês, mas eu não tenho coragem de compartilhar este problema com outras pessoas, somente meu marido eu eu sabemos. Então acho que com a criação do blog irei me sentir menos sozinha, é como se ele fosse uma espécie de diário, onde todas vocês poderão participar e me fazer companhia nesta batalha.

Será mesmo que alguém que está lendo? rs...

Espero poder contar com o apoio de cada uma de vcs. Não me deixem só. deixem aqui seus comentários. Por muito tempo me calei, e hoje tenho certeza que esta não é a melhor opção.

Gostaria de também poder conhecer a sua história! 

Beijos e até a próxima postagem. :-)

O que é Vaginismo?


O vaginismo é um espasmo involuntário dos músculos da região da vagina. Os espasmos fecham a vagina.



O vaginismo é considerado um distúrbio de disfunção sexual. Essa condição tem várias causas possíveis, incluindo trauma ou abuso sexual no passado, fatores psicológicos ou um histórico de desconforto com a relação sexual. Às vezes, a causa pode não ser descoberta.

O vaginismo não é uma condição comum. O número exato de mulheres que têm esse problema é desconhecido.


Mulheres com diferentes graus de vaginismo muitas vezes desenvolvem ansiedade com relação à relação sexual. A condição faz com que a penetração seja difícil e dolorosa ou, até mesmo, impossível. No entanto, isso não significa que a mulher não possa se excitar sexualmente. Muitas mulheres podem ter orgasmos quando o clitóris é estimulado.


Sintomas: 

A penetração vaginal durante o sexo é difícil ou impossível;
A dor e a ardência vaginal é comum durante a relação sexual ou na tentativa de um exame pélvico.


Tratamento:

O tratamento inclui terapia prolongada que combine instrução, aconselhamento e exercícios comportamentais. Esses exercícios incluem contração e relaxamento dos músculos do assoalho pélvico (exercícios de Kegel).


Recomenda-se realizar exercícios de dilatação vaginal com dilatadores plásticos. Esse tratamento deve ser feito sob a orientação de um terapeuta sexual ou de outro médico. Essa terapia deve envolver o parceiro e pode incluir contatos mais íntimos gradualmente, culminando na relação sexual.