quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Não me sinto mais sozinha

O vaginismo é uma doença tão silenciosa que faz com que nos sintamos muito sozinhas. Geralmente não contamos o nosso problema a ninguém, na maioria dos casos, além de nós, somente o parceiro conhece a nossa limitação.

 É muito comum a mulher com vaginismo se surpreender ao descobrir que não é a única no mundo com este problema. E porquê achar que é a única? Simplesmente porque nunca ouvimos falar sobre o assunto, a vizinha nunca se queixou de ter vaginismo, os jornais não falam sobre vaginismo, a televisão também não. Ainda bem que temos esse mundo chamado internet, não é mesmo?

Pois bem, há pouco mais de 1 mês decidi criar este blog, o objetivo era desabafar, conhecer pessoas que têm ou que venceram o vaginismo, ajudar, ser ajudada... e é com muita alegria que digo que tais objetivos foram alcançados e foi muito além do que eu esperava.

No começo eu pensava que seria quase impossível que alguém lesse meus relatos, com tantos blogs por aí, porque leriam justamente este? Que bom que o encontraram!

Antes do blog eu me sentia muito sozinha, sem rumo, acabava sufocando meu marido (era o único com quem eu podia falar sobre isso). Mas felizmente, hoje não é mais assim, conheci várias pessoas, compartilhamos informações, trocamos e-mails... ajudei, fui ajudada! Gente, isso não tem preço.

Gostaria de agradecer a cada um de vocês amigas e amigo(s), a você que passa pelo blog sem querer ser notada, sou muito grata a todos, pois hoje não me sinto mais sozinha. Esta troca tem sido preciosa demais, palavras não são suficientes para expressas tamanha alegria.

É claro que o problema ainda me entristece, mas não como antes, hoje me sinto cada dia mais próxima da minha cura. O blog me desafia a cada dia, entendi que só seria capaz de ajudar os outros quando eu estivesse correndo atrás e vencendo meus próprios desafios, eu saí da inércia.

Hoje só tenho a agradecer!

Até mais. :)

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Educação Sexual

Sou a mais velha de um casal de filhos. Criada numa família tradicional com pai, mãe e irmão.
Nossa educação foi baseada nos princípios cristãos.

Minha mãe engravidou de mim aos 21 anos, embora não fosse tão jovem assim, a gravidez não estava em seus planos. Devido à gravidez, ela e meu pai tiveram que se casar.
Quando eu tinha 4 anos meu irmão nasceu.

Meu pai, apesar de morar conosco, sempre foi muito ausente na nossa educação. Minha mãe sempre foi o pilar do nosso lar.

Como lhes contei, minha mãe teve uma gravidez indesejada, e é esta história que norteou minha educação sexual.
Ela nunca se perdoou por ter magoado seus pais, cresci ouvindo seus relatos de como havia sido tratada ao revelar que estava grávida. Meus avós depositaram grandes expectativas sobre ela, e o mesmo ela fez comigo.

Pouco falávamos sobre sexo em casa, e quando o assunto era tocado, minha mãe sempre me dizia para tomar cuidado, pois o sonho dela era que eu me casasse virgem. 

 Quando eu pensava em dar um passo além, me lembrava de suas palavras: "Não cometa o mesmo erro que eu, a mulher que engravida antes de se casar sofre muitas humilhações."

Nunca me senti rejeitada por ser fruto de uma gravidez não planejada, muito pelo contrário, sempre senti que ela estava cuidando de mim. Tenho certeza que ela errou tentando acertar.

Sempre tive grande admiração pela minha mãe, sempre a achei muito guerreira, batalhadora, carinhosa. E tamanha admiração, fez com que eu buscasse sua aprovação em tudo que eu fizesse. Só de pensar que ela não me aprovaria, eu temia seguir em frente.

Falávamos sobre assuntos diversos menos sobre assuntos relacionados ao corpo ou à sexualidade.
Na adolescência minha maior vergonha era menstruar e ter que contar ou pedir um absorvente para ela.
Não consigo explicar o porquê, mas o fato é que tinha tanta vergonha que ela só soube da minha 1ª menstruação 3 meses depois.

O sexo sempre foi grande tabu para mim. Na adolescência, como qualquer outro, eu comecei a descobrir meu corpo, me tocava e sentia prazer com isso, mas sempre me sentia culpada, muito culpada depois.
Nos meus relacionamentos, mesmo sem sexo, eu evitava que os homens me tocassem para que o sentimento de culpa não me invadisse.

Mesmo depois de casada, além do vaginismo, tive outros problemas relacionados à sexualidade, eu não aceitava que meu marido me tocasse, me acariciasse, que ele me visse nua, que tomasse banho comigo... Estes problemas já foram superados graças ao marido maravilhoso e compreensivo que tenho. 

Com certeza a maneira com a qual o sexo foi tratado na minha casa, tem grande relevância na minha vida sexual hoje.

domingo, 13 de outubro de 2013

Mais uma VITÓRIA

Olá, como vocês estão? Espero que estejam muito bem, e a caminho da cura.
Estou tão, tão, tão feliz!

Já havia lhes contado que estou usando os dilatadores, vocês se lembram?
Pois bem, tenho feito os exercícios (relaxar, contrair e descontrair os músculos da vagina, introduzi-los) quase todos os dias, até mesmo naqueles dias em que não estou afim.

Nos primeiros dias não foi nada fácil, mas já na primeira semana eu consegui introduzir os 2 primeiros.
Passei duas semanas me exercitando somente com eles, quando estava me sentindo confortável, tentei a introdução do terceiro dilatador (o amarelo), e consegui com bastante facilidade.
E assim foi com o quarto dilatador (o roxo), depois de treinar bastante com o verde e o amarelo, pulei para o roxo. Com este tive um pouco mais de dificuldades, nas primeiras tentativas entrou a metade, e em +ou- 2 dias, ele foi todo!

Mas um, em especial, me deu bastante trabalho. O quinto dilatador (com 3,10 cm de diâmetro e 13, 20 cm de comprimento), este parecia que nunca iria entrar. Tentava dia após dia, e nada.

Sempre começo pelo primeiro dilatador, fica mais fácil para tentar introduzir os próximos.
Um a um e todos entravam, com exceção daquele.

Ontem comecei a fazer meus exercícios, introduzi um a um, quando chegou no meu desafio, respirei bem fundo, passei bastante lubrificante e, enfim, ele ENTROU todinho!!!

Não foi muito agradável mantê-lo lá dentro, senti um incômodo como se a penetração fosse bem profunda, mas nada que não dê para suportar.
E com a experiência dos dilatadores anteriores, tenho certeza que será um incômodo passageiro, logo não estarei mais sentido. 

Espero, em breve, lhes contar sobre a penetração do último dilatador e, enfim, a do pênis do meu marido.

Sucesso para todas nós!!! :))

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

A verdade é que eu sempre tive medo

Estava aqui conversando com algumas colegas de trabalho, e o assunto me fez tentar buscar na memória algum motivo pelo qual tenho vaginismo.

Cheguei à conclusão de que eu sempre tive medo e vergonha do ato sexual.
Não me lembrei de já ter pensado no sexo como algo simplesmente prazeroso. 

Todas as vezes em que eu pensava no sexo, pensava nele como algo que doeria, que me machucaria.
Conversava com algumas amigas, que já haviam usufruído da primeira vez, e elas eram unânimes em dizer que a primeira transa doía bastante, e que prazer mesmo só se sentia à partir da 3ª ou 4ª vez.

Não sei se é possível, mas me considero muito mais sensível à dor do que as pessoas com as quais convivo. Então sempre pensava que se para elas foi doloroso, para mim seria muito mais.

Acredito que lá no meu íntimo eu estava me trancando. Não estaria disposta a sentir tantas dores para enfim chegar ao prazer.

Um traço bastante forte da minha personalidade é a ansiedade, e pelo muito que pesquisei, vaginismo e ansiedade estão diretamente relacionados.

Outro traço é o medo, este me paralisa antes mesmo de tentar e de conhecer a real complexidade de muitas coisas.
Acredito ter sido o medo que me travou. Mesmo ouvindo que seria prazeroso, eu temia a dor.

Parece-me que, de alguma maneira, eu sempre soube que não conseguiria fazer sexo. :(


quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Dilatadores Vaginais


Há mais ou menos 1 ano, pouco tempo depois que comecei a desconfiar que tinha vaginismo, comecei uma saga pela internet em busca de informações sobre este tema, até então, completamente desconhecido por mim.

Através destas buscas, encontrei vários blogs que tratavam sobre o tema, posso afirmar que muito do que sei hoje sobre o vaginismo, descobri em muitos destes blogs. E foi em uma destas buscas que li sobre como os dilatadores vaginais podem nos ajudar a tratar o vaginismo.

Os dilatadores podem ajudar, a mulher com vaginismo, a ter um controle sobre a inserção de algo na vagina. Isso porque os dilatadores são de tamanhos e espessuras diferentes. Além de nos auxiliarem a conhecermos melhor o nosso corpo.

Li vários relatos de especialistas e de mulheres com vaginismo, de que os dilatadores contribuem bastante com o tratamento. Os dilatadores podem ser ferramentas muito eficazes, ajudam a eliminar o reflexo dos músculos, reflexos que são a causa principal da contração involuntária dos músculos da vagina.

Lembrei que minha gineco, a mesma que diagnosticou o vaginismo, havia me aconselhado a tentar inserir cotonetes, o dedo, absorventes internos, e que assim eu começaria o processo de dessensibilização da vagina. 

Então decidi adquirir os dilatadores e começar a fazer os exercícios para o relaxamento da musculatura da vagina.

Estou fazendo os exercícios há +ou- 1 mês, e tenho tido bons resultados. 
Nos primeiros dias não é nada fácil, o medo da dor é muito grande, mas só o fato de saber que tenho o controle da inserção, ajuda bastante.

O progresso tem acontecido dia-a-dia!

Aqui você encontra dicas de como usar os dilatadores e fazer exercícios:
http://vaginismorumoacura.blogspot.com.br/2014/07/exercicios-com-os-dilatadores-vaginais.html

Abraços. :)