segunda-feira, 7 de outubro de 2013

A verdade é que eu sempre tive medo

Estava aqui conversando com algumas colegas de trabalho, e o assunto me fez tentar buscar na memória algum motivo pelo qual tenho vaginismo.

Cheguei à conclusão de que eu sempre tive medo e vergonha do ato sexual.
Não me lembrei de já ter pensado no sexo como algo simplesmente prazeroso. 

Todas as vezes em que eu pensava no sexo, pensava nele como algo que doeria, que me machucaria.
Conversava com algumas amigas, que já haviam usufruído da primeira vez, e elas eram unânimes em dizer que a primeira transa doía bastante, e que prazer mesmo só se sentia à partir da 3ª ou 4ª vez.

Não sei se é possível, mas me considero muito mais sensível à dor do que as pessoas com as quais convivo. Então sempre pensava que se para elas foi doloroso, para mim seria muito mais.

Acredito que lá no meu íntimo eu estava me trancando. Não estaria disposta a sentir tantas dores para enfim chegar ao prazer.

Um traço bastante forte da minha personalidade é a ansiedade, e pelo muito que pesquisei, vaginismo e ansiedade estão diretamente relacionados.

Outro traço é o medo, este me paralisa antes mesmo de tentar e de conhecer a real complexidade de muitas coisas.
Acredito ter sido o medo que me travou. Mesmo ouvindo que seria prazeroso, eu temia a dor.

Parece-me que, de alguma maneira, eu sempre soube que não conseguiria fazer sexo. :(


13 comentários:

  1. Melissa,
    o seu post foi muito bem até terminar com um tom derrotista...não gostei!
    Você trata a sensibilidade à dor como uma característica da sua personalidade, e não como sintoma. Um erro. A vergonha, a ansiedade e o medo também deveriam ser encarados como sintomas, de modo que se reconhecesse que o modo de lidar com a própria sexualidade interfere em todas as áreas da vida. É o que afirmava Freud através do conceito de libido.
    Portanto, agora que você decidiu que não dá pra fugir da terapia, quero ver quando você vai colocar em prática essa decisão.
    beijo

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  2. Marcelo,
    sua sensibilidade é tamanha que me impressiona. Era exatamente assim que estava me sentindo, derrotada! Naquele momento, não tinha como me sentir diferente. Já passou, foi momentâneo.
    Quanto à terapia, já estou à procura do profissional, a decisão já foi colocada em prática.
    Abraços.

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  3. *Julia*

    Olá Melissa!

    Meu caso é o seguinte, não sei se realmente pode ser vaginismo, sou casada a 3 meses, eu não tinha relaçao antes do casamento, apesar de ter tentado algumas vezes, sem sucesso, porem eu pensava haaa apos o casamento com ctz vou conseguir, pois é se passaram 3 meses e nada, pouco tempo perto de tantos casos que vejo pela internet, não consigo ter a penetraçao com meu marido, porem consigo colocar cotonete, meu dedo, ao me tocar sinto muito apertado e a parede bem dura como se fosse uma bola...
    Meu marido esta começando a ficar impaciente ele nao acredita em "vaginismo", em uma de nossas frustraçoes ele me disse: Só a suaaa que não entra! A de todo mundooo entra, a natureza é essa!
    Ele se arrepende me pede perdão, eu não sei mais oque fazer, na minha cidade tem uma Gine muito boa (é oq dizem) entrei em contato e agendei uma consulta, mas sabe só para quando tem?? Para Março de 2014!!
    Detalhes: minha mãe quando casou demorou 1 ano para conseguir ter relaçoes, nao sei se crescer ouvindo isso pode ter influenciado no meu caso...
    Oque vcs acham? Pode ser vaginismo? Ou nao?
    Nunca tive coragem tbm de fazer um transvaginal/papanicolau...
    Pode parecer exagero, mas as vezes acho q estou até com começo de depressao, pois somente eu e meu marido sabemos disso, é um sofrimento calado...

    Obrigado pela atençao de quem conseguiu ler até o final!

    Abraços!

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    1. Olá Júlia, seja bem-vinda!
      O diagnóstico seguro, se é ou não vaginismo, somente o médico pode dar, mas pelo que você falou, acredito que seja sim vaginismo.
      Quanto ao seu marido, mostre as informações que você tem. Meu marido tbm não acreditava, ele tbm dizia que eu era a única que tinha este problema; eu tbm achava que era a única, mas não sou e vc tbm não é!
      Será que não tem outra gineco que te atenda antes?
      Continue introduzindo o dedo e massageando, assim você começa a dessensibilizar sua vagina.
      A depressão é normal neste caso, não é exagero da sua parte, por isso é importante o acompanhamento psicológico.
      Não deixe de procurar ajuda.
      Conte comigo. :))
      Abraços.

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    2. Oi Júlia,
      concordo que tudo indica que seja vaginismo, mas é fundamental um diagnóstico. Se na sua cidade demora tanto pra agendar uma consulta, tente em uma cidade vizinha, porque quanto antes você diagnosticar mais rápido pode começar o tratamento.
      Sobre o seu marido, mostre a ele os blogs sobre vaginismo. É um absurdo ele dizer que não acredita em vaginismo, porque não é questão de acreditar ou não. É o mesmo que alguém dizer que não acredita em diabetes, em câncer ou em queda de cabelo...não faz o menor sentido dizer isso e só a ignorância justifica que ele diga tais absurdos. Então dê informação a ele pra que ele não diga mais bobagem.
      Mesmo que você não consiga diagnosticar o vaginismo imediatamente, nada impede que você se masturbe e que aos poucos você tente introduzir dedos ou pepinos para exercitar a vagina, que tem músculos que precisam ganhar elasticidade. A tendência é que quanto mais você faça isso, mais rápido a vagina se acostume.
      Cuidado com a depressão, que pode se tornar um problema muito maior do que o que você tem agora. É importante que você e o seu marido conversem sobre tudo isso, pra que não se crie um clima ruim entre vocês. Lembrem-se que se for mesmo vaginismo, tem tratamento e que enquanto isso vocês podem fazer sexo de outras maneiras, como oral e anal.
      E sempre que você se sentir sozinha e angustiada, lembre-se que conversar em blogs como este sempre ajuda.
      Abraços...

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  4. Estou lendo "Quando o corpo da mulher diz não ao sexo", livro de Linda Valins.

    Olhem o que ela diz na introdução:
    "De alguma forma, ainda criança, eu sempre senti que não seria capaz de fazer sexo. Esse medo não me abandonou e tornou-se ainda maior quando comecei a me relacionar com rapazes..."
    Praticamente o mesmo que escrevi nas últimas linhas deste post.
    Isso me faz acreditar que os sentimentos de mulheres com vaginismo são os mesmos, se não, bem parecidos.
    Achei incrível tamanha coincidência.
    Abraços, e até breve.

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  5. *Julia*

    Muito obrigado pela ajuda de vcs, vou tentar conseguir uma consulta antes, isso porque é pelo plano de saude (unimed) pelo SUS a demora é bemmm maior, quando tiver novidades conto para vcs, e vou acompanhar sempre este blog, pois percebo q outros q eu entro estão "abandonados"...

    Ahhh tenho uma novidade sim, ontem foi a primeira vez q tentei, nao consegui, mas nao chorei no final, consegui fazer outras "coisas" ao inves de chorar, graças a muitas coisas q li aki, as vezes são coisas q a gente ja sabe, mas precisamos ouvir (ler) de outras pessoas para praticarmos...
    Suas experiencias sao muito importantes para mim...

    Abraços

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    1. Oi Julia,
      isso mesmo, tente outro médico, quanto mais rápido você souber o que realmente tem, mais perto estará da cura.
      Continue introduzindo objetos. Minha sugestão é que você continue com o dedo, 1 dedo, 2 dedos... depois tente os absorventes internos, tem de vários tamanhos. Conforme for conseguindo, pule para objetos maiores e mais largos.

      Que bom que você e seu marido encontraram outras maneiras de se satisfazerem sexualmente, sexo não é só penetração, há várias maneiras de dar e sentir prazer.

      Fico feliz que o blog esteja te ajudando, muito do que sei aprendi nos blogs.

      Sucesso pra você! :)
      Beijos.

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  6. Oi Melissa!

    Também li o livro da Linda Valinse me identifiquei muito! Depois disso, numa terapia que fiz a terapeuta disse que as mulheres com vaginismo em geral têm um medo de fundo...

    Gostei muito do seu blog, o modo direto e sincero como vc fala da sua experiência. Parabéns!


    Julia,
    também tenho vaginismo e já consegui superar. Então gostaria de dividir a minha experiência com vc.
    Tentei psicoterapia, terapia de grupo especificamente sobre disfunções sexuais... mas o pulo do gato no meu tratamento foi a massagem clitoriana. Comecei com o dedo e depois com um pequeno vibrador, bem no clitóris e em volta dele, sem tentar penetrar na vagina. Isso foi importante pra mim porque o meu vaginismo tem muita relação com o modo como lido com o prazer. Então acostumando meu corpo e minha mente a sentir prazer minha vagina foi ficando mais receptiva para a penetração.
    Quando eu já estava bem a vontade com a masturbação clitoriana comecei a usar peninos. É barato, tem de vários tamanhos e grossuras. Quando uma amiga me sugeriu o penino achei bem estranho, mas diante da minha resistência ela acabou contando que teve o mesmo problema e superou dessa forma. Então fui a feira e não me arrependi... rsrsrs. Comecei usando o pepino mais fino que encontrei, depois fui escolhendo pepinos mais grossos, até conseguir introduzir uma prótese de silicone - de pênis...rsrsrs. Vc precisa ferver o pepino para que ele fique um pouco flexível, mas não vá cozinhar demais hein... Tb coloque camisinha nele e abuse do gel lubrificante.
    Concordo com o que disseram o Marcelo e a Melissa : comece antes mesmo de ir ao médico!
    E isso por 2 motivos: 1º a masturbação clitoriana é uma delícia, então já vai compensar por si só;
    2º ir ao médico não é garantia de ser compreendida. Fui a uma duzia de ginecos até encontrar um que já tinha ouvido falar de vaginismo e não foi ele que me apresentou a massagem que acabou sendo o caminho mais rápido pra minha cura. Mas de toda forma é muito importante que vc vá pra confirmar que a dor que vc sente não é sintoma de algum outro problema.

    Tenho certeza de que vc vai superar.
    Boa sorte!

    Carolina

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    1. Oi Carolina,
      é um prazer tê-la aqui no blog, relatos de superação nos motivam muito.
      Parabéns pela sua vitória e por compartilhá-la conosco.
      Beijos.

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  7. Julia***

    Carolina muito obrigado pelas palavras, vcs farão parte da minha historia de vitoria! Bjo

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  8. Oi eu sou casada a dois anos e também foram raros os momentos que consegui ter relação sexual com meu marido e quando conseguimos sempre com muita dor para ambos pois ele me disse que é bem apertado e acaba machucando ele também , mais o que eu não entendo é que consigo fazer exames ginecológicos como o trans e o papanicolau , mais na relação sexual parece que não dilato por mais relaxada que estou , isso me magoa muito sempre achei ser a unica com esse problema , já passei por muitos gine mais sem resultados , meu marido é muito amoroso comigo mais eu quero sarar disso , você acha que tenho vaginismo?

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    1. Olá, Tatiane, seja muito bem-vinda ao blog,
      Embora eu não possa garantir, acho sim que seja vaginismo, talvez você tenha um grau mais leve do vaginismo, já que deu a entender que de vez em quando consegue penetrações. Algumas vagínicas conseguem uma penetração parcial, cerca de 5 cm, outras não conseguem nadinha.
      Quando o marido e eu conseguimos nossas primeiras penetrações, era exatamente como você descreveu, muito apertado e os 2 ficávamos "machucados", a vagina comprimia o pênis.
      Quanto aos exames ginecológicos, muitas conseguem fazer, mesmo com um certo desconforto.
      Já conversou com sua médica sobre isso?
      Você não é única, muitas mulheres sofrem com este problema. O que importa saber é que a cura é possível, quanto antes você procurar ajuda, mais rápido estará pronta para uma relação sexual prazerosa.
      Volte para nos contar tudinho, ok?!
      Abraços.

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Obrigada pelo seu comentário!
Pode voltar que terá uma resposta minha, ok? :)