sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Educação Sexual

Sou a mais velha de um casal de filhos. Criada numa família tradicional com pai, mãe e irmão.
Nossa educação foi baseada nos princípios cristãos.

Minha mãe engravidou de mim aos 21 anos, embora não fosse tão jovem assim, a gravidez não estava em seus planos. Devido à gravidez, ela e meu pai tiveram que se casar.
Quando eu tinha 4 anos meu irmão nasceu.

Meu pai, apesar de morar conosco, sempre foi muito ausente na nossa educação. Minha mãe sempre foi o pilar do nosso lar.

Como lhes contei, minha mãe teve uma gravidez indesejada, e é esta história que norteou minha educação sexual.
Ela nunca se perdoou por ter magoado seus pais, cresci ouvindo seus relatos de como havia sido tratada ao revelar que estava grávida. Meus avós depositaram grandes expectativas sobre ela, e o mesmo ela fez comigo.

Pouco falávamos sobre sexo em casa, e quando o assunto era tocado, minha mãe sempre me dizia para tomar cuidado, pois o sonho dela era que eu me casasse virgem. 

 Quando eu pensava em dar um passo além, me lembrava de suas palavras: "Não cometa o mesmo erro que eu, a mulher que engravida antes de se casar sofre muitas humilhações."

Nunca me senti rejeitada por ser fruto de uma gravidez não planejada, muito pelo contrário, sempre senti que ela estava cuidando de mim. Tenho certeza que ela errou tentando acertar.

Sempre tive grande admiração pela minha mãe, sempre a achei muito guerreira, batalhadora, carinhosa. E tamanha admiração, fez com que eu buscasse sua aprovação em tudo que eu fizesse. Só de pensar que ela não me aprovaria, eu temia seguir em frente.

Falávamos sobre assuntos diversos menos sobre assuntos relacionados ao corpo ou à sexualidade.
Na adolescência minha maior vergonha era menstruar e ter que contar ou pedir um absorvente para ela.
Não consigo explicar o porquê, mas o fato é que tinha tanta vergonha que ela só soube da minha 1ª menstruação 3 meses depois.

O sexo sempre foi grande tabu para mim. Na adolescência, como qualquer outro, eu comecei a descobrir meu corpo, me tocava e sentia prazer com isso, mas sempre me sentia culpada, muito culpada depois.
Nos meus relacionamentos, mesmo sem sexo, eu evitava que os homens me tocassem para que o sentimento de culpa não me invadisse.

Mesmo depois de casada, além do vaginismo, tive outros problemas relacionados à sexualidade, eu não aceitava que meu marido me tocasse, me acariciasse, que ele me visse nua, que tomasse banho comigo... Estes problemas já foram superados graças ao marido maravilhoso e compreensivo que tenho. 

Com certeza a maneira com a qual o sexo foi tratado na minha casa, tem grande relevância na minha vida sexual hoje.

14 comentários:

  1. Preciso muito de ajuda... já tem alguns anos que venho tentando ter penetração no começo isso não me incomodava pq eu sempre achava da próxima eu consigo... Os anos foram passando e agora isso me atormenta pq começo a pensar como ficarei grávida um dia??? eu não tenho medo e não sinto muita dor apenas um pequeno desconforto, o pênis entra apenas uns 2 cm acho q é isso ou menos depois ele não passa mais como se tivesse um osso... é isso que sinto uma barreira como se fosse um osso/musculo já coloquei o dedo e senti essa barreira que "chamo de osso" não tive coragem de procurar ajuda... Quando vou na gine apenas digo q sou virgem mas nao conto desse problema uma vez ela dividou da minha virgindade e kis conferir e disse é realmente ainda vc é... Não me considero virgem pq já fiz muitas coisas q muitas mulheres que tem penetração não fez... apenas usei o termo virgem para não entrar em detalhes com a gine...agora ja nao tenho mais o himem, ao tocar com o dedo sinto q nao tenho mais, ja introduzi cotonete, mal formação eu nao tenho... será que meu caso é vaginismo??? Tenho quase ctz q meu caso é vaginismo me encaixo com quase todos os relatos... pode me chamar de Priscila... bjo *--*

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    1. Olá Priscila, seja bem-vinda!
      É o seguinte, apesar de todos os indícios seja mesmo de vaginismo, você precisará ir ao médico para não restar nenhuma dúvida. Sempre digo que o diagnóstico é o primeiro passo para a cura.
      Eu também tive vergonha, muita vergonha. Além da vergonha me sentia completamente fracassada por não conseguir a penetração, mas tive que vencer isso para buscar ajuda médica. Sei bem o quanto é difícil falarmos sobre isso com alguém cara à cara, mas é preciso.
      Se eu venci o medo e a vergonha, você também vencerá.
      Aguardo seu relato a respeito de sua consulta, ok?
      Beijinhos.

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  2. Priscila

    melissa, Ahh mas eu queria tanto tentar com os dilatadores, onde encontro para comprar??!
    Vc tem filhos?! Conhece alguem com vaginismo q tenha filho?. Eu tenho ovarios policisticos, tomo anticoncepicional, tenho me de parar e nao saber se nao engravido por causa do vaginismo ao da SOP, nosssa sao tantos problemas, parece q meu caso é o pior dos piores :(

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    1. Oi Priscila,
      peço licença à Melissa pra responder o seu comentário. Eu sou casado com uma mulher que superou o vaginismo, e tenho juntado muita informação a respeito nos últimos anos. Eu também só conseguia introduzir o pênis uns 3 centímetros, e depois de psicoterapia e dos exercícios com os dilatadores (na verdade ela usou pepinos de diferentes tamanhos...) ela está curada.
      Sobre a sua ansiedade com a ideia de ter filhos, eu recomendo que você pense em uma coisa de cada vez. A primeira coisa que você tem que saber é que o vaginismo (se for mesmo isso, o que só um diagnóstico pode dizer) pode ser curado. Você mesma já dever ter lido histórias de cura em outros blogs. Se o vaginismo pode ser superado, então você não tem que se preocupar agora com a possibilidade de ter filhos. E mesmo que não tivesse cura, você teria outras alternativas para engravidar (só pra te tranquilizar vou recomendar uma leitura: http://vaginismos.blogspot.com.br/2013/04/vaginismo-e-gravidez.html).
      Abraços

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    2. Nossa Marcelo incrivel seu texto, falou profundo, agradeço a Deus por existerem pessoas com tanta sabedoria e iniciativa para nos ajudarem a prosseguir, é muito bom poder trocar ideias com alguem, pois este é um assunto que os que menos podem ajudar sao os da "familia", olha me sinto que ja dei o primeiro passo, pois confesso que até mesmo me abrir em um blog para mim era dificil...
      Muito grata a vcs, melissa & marcelo!

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    3. Oi querida,
      Procure por dilatadores absoloo.
      Ainda não tenho filhos. Concordo com o Marcelo que primeiro devemos vencer o vaginismo para depois termos filhos.
      Em relação aos ovários policísticos, não se preocupe, quando a mulher deseja engravidar, os médicos suspendem o uso do anticoncepcional e receitam um remédio para que ocorra ovulação.
      Também tenho ovários policísticos e faço tratamento com anticoncepcionais.
      Beijinhos.

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  3. Oi Melissa, com vai?
    Nossa, sua história é bem parecida com a minha, minha mãe também ficou grávida de mim sem planejar e passou a vida planejado meu futuro, ela queria que eu fosse o aquilo que ela não conseguiu ser.
    Nunca sei se escolhi me casar virgem, ou se foi ela que me fez acreditar que era isso o que eu queria.
    Acontece que num belo dia eu "deslizei" e nós (meu namorado e eu) decidimos ter algo mais, o fato é que me senti tão culpada que não consegui, mas achei que era normal... resumindo, me casei e até hoje não conseguimos nada. Casada a quase 3 anos, meu casamento já não é o mesmo, já não aguentamos mais este fardo. Não sei nem por onde começar, queremos ter um filho, mas como será possível? O vaginismo nos faz um mal muito grande, sinto que ele me impede de ser o que nasci pra ser "mulher".
    Perdão pelo dasabafo, mas é triste essa situação.
    Beijos. V.

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    1. Olá V., seja muito bem-vinda!
      E as histórias se repetem. Nós, mulheres com vaginismo, sempre iremos nos identificar em alguma área.
      Quanto à sua mãe, tente não guardar mágoas, eu sei bem o que você sentiu e o que está sentindo.
      Estou lendo um livro que diz algo semelhando com o que vc relatou, o fato de o vaginismo nos tirar a oportunidade de nos sentirmos mulheres completas. É um livro ótimo, é a história de uma mulher que teve vaginismo e que felizmente o venceu. Se quiser, me mande um e-mail que enviarei o livro.
      Quanto ao filho, fique calma, primeiro deve tratar o vaginismo. Está se tratando?
      Não se preocupe pelo desabafo, este espaço é justamente para isso, sinta-se à vontade e volte sempre.
      Abraços.

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  4. Oi anônima V.

    É incrível como essa história se repete em tantos lares. Tudo que leio a respeito de vaginismo me identifico um pouco, hoje estou me sentindo muito triste fui à ginecologista e ela disse simplesmente que tudo o que eu tenho é psicológico, eu poderia estar feliz em saber que agora só depende de mim, mas não, no fundo eu esperava que fosse alguma patologia tratável com medicamentos, assim eu não me sentiria tão culpada por esses quase 4 anos de casamento vivendo um drama. Quer dizer, como se não bastasse o costumeiro calvário diário de saber que eu tinha que fazer alguma coisa para mudar essa situação, agora tenho certeza que tudo só depende de mim, está na minha cabeça o problema. Estou arrasada, sem forças...Eu sei que talvez uma terapia resolva, mas e se não resolver? e se eu for só perder tempo num consultório?

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    1. Oi Princesa,
      sei exatamente como está se sentindo, foi assim que me senti quando recebi o diagnóstico, também preferia que fosse uma doença a ser tratada com remédios... (leia o post enfim, o diagnóstico).
      Não se sinta culpada, vc não tem culpa alguma, muitas vezes não fazemos nada por acreditar que uma hora dará certo e também por não saber o que deve ser feito. Agora é diferente você já sabe o que deve fazer, então mãos à obra! Procure um terapeuta (estou na mesma luta), comece a conhecer seu corpo, toque-o, comece inserindo pequenos objetos... O tratamento nunca será perda de tempo, perda de tempo será passar mais 1 ano parada, concorda?
      Vamos lá, em breve estaremos curadas, a cura é possível!!!
      Conte comigo. Abraços.

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  5. Enquanto eu era ignorante a respeito do vaginismo, tudo bem, eu sofria com essa anormalidade em meu casamento, mas não fazia ideia do que se tratava, e a dúvida do que poderia estar se passando comigo, dava margem para que eu imaginasse que poderia ser qualquer coisa, uma doença curável, inexperiência do meu esposo, estresse do dia a dia, minha própria falta de experiência, uma vez que casei virgem, e por aí vai, mas quando descobri o que era, ao invés de me sentir capaz de resolver isso logo, sinto como se o tempo fosse meu inimigo, pois agora que sei o que é, e qual o tratamento me sinto muito, mas muito culpada mesmo, por ter perdido tanto tempo que poderia ter aproveitado no meu casamento. Hoje desejamos ter um filho e o tempo voaaaa.

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    1. Princesa, não devemos nos lamentar pelo tempo que passou e não fizemos nada, temos que pensar no que estamos fazendo hoje para alcançarmos a cura. Esqueça o ontem, agora é daqui pra frente.
      Você conta comigo e eu conto contigo, ok?! Não estamos mais sozinhas. :)
      Beijos.

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  6. como vc q orientar as pessoas de um problema se vc porta o mesmo heim

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    1. O objetivo deste blog é trocar experiências com outras mulheres que sofrem do mesmo problema. Além dos profissionais, não existem pessoas melhores para isso.
      Aqui aprendemos e, até mesmo, ensinamos muito umas às outras.

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Obrigada pelo seu comentário!
Pode voltar que terá uma resposta minha, ok? :)