domingo, 19 de outubro de 2014

Eu Venci - A História da Gabi

Sou Gabi, tenho 22 anos. Você pode até me achar muito nova, e realmente pode até ter história de vagínicas muito mais densas do que a minha, mas o vaginismo me trouxe sofrimento durante um tempo considerável, e me demandou muito esforço para superá-lo.

Fui criada por uma família evangélica, e sempre tive orientações muito rígidas em relação ao sexo, o que acredito ter sido a principal causa do vaginismo. Além disso, minha mãe engravidou ainda adolescente, e sempre me falava como uma gravidez e sexo "promíscuo" poderiam arruinar a vida de uma jovem. Para piorar, minha vó veio a falecer devido a uma doença venérea. Acredito que inconscientemente passei a ver o sexo de uma forma ruim, e quando comecei a namorar e ter os primeiros contatos mais íntimos, já me imaginava grávida, doente e debaixo da ponte.

Tive meu primeiro namorado aos 17, e depois de alguns meses de namoro, decidimos ter nossa primeira relação sexual. Como já imaginam, não consegui. E foram uma série de tentativas frustradas durante 1 ano e meio. Éramos adolescente, ansiosos, a maioria dos nossos amigos estavam iniciando a vida sexual e nós também queríamos. Mas o namoro acabou sem que isso ocorresse. Ficava com inveja das minhas amigas contando que perderam a virgindade de uma maneira normal, sem uma dor insuportável. E eu parecia que tinha uma parede no lugar da vagina.

Um tempo depois, conheci outro rapaz e depois de um tempo lá vou toda serelepe tentar de novo e vocês já sabem o que aconteceu. Esse porém logo me rejeitou. Depois de uma tentativa horrorosa ele terminou comigo. Me senti um lixo, e decidi focar na faculdade, no trabalho e ficar só. Saía com uns paquerinhas, mas não passava disso. Tinha medo de levar uma relação adiante e passar vergonha depois.


No ano passado conheci meu atual namorado. No início, fiquei um pouco pé atrás quando começamos a sair, mas me sentia só, queria namorar, ter alguém. Via meus amigos felizes com sua vida, namorando, noivando e eu me sentia anormal. Depois de um tempo ficando, ele me pediu em namoro e no decorrer das coisas, fomos ter nossa primeira relação. Fracasso total! Comecei a achar que algo estava errado e resolvi procurar uma ginecologista. Eu sempre ouvi falar que perder a virgindade doía, mas anos tentando e não conseguindo para mim era demais. Devia ter algo errado.
Depois de uns exames de toque, ultrassons, e tentativa frustrada de transvaginal, ela me diagnosticou com vaginismo, e me falou que os tratamentos existentes eram mais eficazes com uma psicóloga, do que com uma ginecologista. Chegando em casa, comecei a pesquisar sobre vaginismo na internet e bateu o desespero. Li histórias muito tristes de mulheres com anos de casamento não consumados, mulheres em depressão e eu não queria aquilo para mim. Acredito que essas mulheres tiveram os primeiros indícios de seu vaginismo quando eram mais novas, mas não procuraram ajuda por vergonha, repressão, desinformação e eu não queria passar anos e anos assim. Procurei uma sexóloga pelo google mesmo e conheci um verdadeiro anjo na minha vida.

Durante as sessões descobri muito sobre mim e na minha forma de ver a intimidade, que eu não percebia. Ela me orientou a comprar os dilatadores vaginais e eu comprei os da Absoloo, porque achei os importados muito caro. Eu que me achava tão esclarecida, me via nas sessões fazendo perguntas que hoje até uma menina de 15 anos sabe, o que me mostrou como eu era desinformada em relação a sexo, prazer e intimidade.
As sessões realmente pesaram no meu orçamento, mas valeram muito a pena. Ela me orientava como fazer os exercícios, como contar e conversar sobre isso com meu namorado, que sempre foi maravilhoso e me deu todo apoio. 
Tivemos inúmeras tentativas frustradas e eu chorava horrores após cada uma delas. Achava que ele ia transar com a primeira mulher "normal" que encontrasse na rua. Ele nunca me deu motivos para pensar isso, mas eu ficava tão desesperada com o vaginismo, que as vezes não pensava coisa com coisa.

Comecei a fazer os exercícios do espelho e com os dilatadores. Na verdade eu odiava os exercícios porque me faziam dormir tarde, e meus dias eram cansativos. Fui muito negligente, fazia de má vontade, tinha vergonha de pedir para meu namorado fazer comigo. Não cometam esse erro. Se esforcem, sejam disciplinadas com os exercícios. Eles ajudarão vocês a se conhecerem, a controlar a musculatura da região pélvica, e saber como agirem em uma situação de desconforto com a penetração.

Depois de uns 8 meses de exercícios e terapia eu comecei a me sentir um pouco desanimada. Achava que a cura estava demorando muito. Eu e meu namorado resolvemos fazer uma viagem, e voltando de uma festa, resolvemos "tentar". Acho que depois de um tempo só tentávamos para cumprir tabela. Depois de tantas tentativas frustradas, ele já dava algum sinal de desânimo e eu estava me acomodando à situação também. 

Mas dessa vez algo foi diferente, tentamos e conseguimos. Sem dor!!! Foi um pouco desconfortável em alguns momentos, mas nada daquela dor insuportável, tive penetração completa e eu nem acreditava. Depois dessa todas as tentativas foram bem-sucedidas. As vezes sinto uns incômodos, peço para ele parar um pouco antes, mas tenho conseguido fazer sexo e descobrir um prazer que nem sabia que existia.


Meninas, não desistam. A cura é totalmente possível. Existem tratamentos, recursos e profissionais para nos ajudar. Os índices de eficácia dos tratamentos são altíssimas, e todas as mulheres merecem uma vida sexual plena e saudável.
Espero ainda ler muitas histórias de curas nesse blog.
Grande abraço.
Gabi.

14 comentários:

  1. Gente minha história é a seguinte sou casada há 1 ano, e como muitas aqui ainda não consumei meu casamento. Eu e meu esposo nos casamos virgens, e fico na dúvida se é só pela nossa falta de experiência ou se realmente estamos com algum problema. Fazendo algumas pesquisas pela internet encotrei o blog e me identifiquei com vocês, será mesmo que tenho vaginismo?
    Estamos precisando de ajuda, meu marido é compreensivo talvez pela falta de experiência, mas de uns tempos pra cá ele não tenta mais nada comigo e pior já o peguei se masturbando várias vezes e isso me incomoda muito, me sinto um lixo, pois tenho desejo por ele e ele parece não ter mais por mim. Socorro!!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá, querida, boa tarde! Sugiro que você procure uma ginecologista para que ela possa te examinar e para que tenhamos certeza de que você não nenhum problema, como infecções ou inflamações vaginais, caso sejam descartadas é mesmo provável que seja vaginismo.
      Caso seja vaginismo você não precisa se desesperar, pois ele é altamente tratável, você irá precisar ser acompanhada por um psicológico e por um fisioterapeuta uroginecológico. O psicológico irá investigar as causas e tratá-las, já o fisioterapeuta irá te ensinar técnicas de relaxamento vaginal, como controlar os músculos da vagina e várias outras coisas super úteis para a cura.
      Se quiser falar melhor sobre o assunto deixe seu e-mail ou me escreva nessaalda32@gmail.com
      Abraços.

      Excluir
  2. Gabi, fantastica sua historia, parabens por ter conseguido, e nao desista nunca!!!!! Beijao May :)

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Quero publicar sua história aqui também, viu?! Você está quase lá, em breve teremos boas notícias :)
      Beijos.

      Excluir
  3. Respondendo a primeira pergunta acima, vc tem de procurar um ginecologista, ela ira te informar direitinho se vc tem mesmo ou nao, mas como vc se indentificou bastante,provavelmente vc tenha sim o vaginismo. Mas nao se desespere, ha sempre uma soluçao pra tudo!!!! Você vai conseguir sair dessa , pode contar com a gente ta, que vamos te ajudar!!!! Bjus May :)

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigada, amiga, você é 1000.
      Amo essa interação aqui no blog, fico muito feliz quando vocês interagem umas com as outras. Esse espaço é de vocês, sintam-se sempre à vontade.
      Beijos.

      Excluir
  4. Cada dia somos mais e mais que se curaram, tenho uma satisfação imensa em constatar isso. Eu também me curei há mais de 1 ano, mas gosto de acompanhar o tema.
    Melissa, acho que vou escrever minha história pra vc tb, o que acha? Tb vou ficar em ajudar com minha experiência.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Eu também fico extremamente feliz em ver que a cada dia mais mulheres vão em busca da cura e por isso o número de cura é cada dia maior. Tenho certeza que temos nossa parcela de responsabilidade nisso. Escreva sim, terei muito prazer em postá-lo.
      Abraços.

      Excluir
  5. Por favor eu gostaria que alguma de vocês que fizeram o tratamento me ajudassem, eu tenho 17 anos e perdi minha virginidade mês passado, e acho que esse problema ocorre comigo. Antes de perder eu fui a ginecologista e ela disse que não há nada de errado comigo, não tenho infecções nem nada, e meu namorado era virgem também e não tem problemas com ele. Todas as vezes que fazemos sexo eu sinto desconforto e dor na maioria das posições, na verdade a única que eu não sinto muita dor é quando estou por cima dele, apenas, e ainda sim não sinto prazer algum.. Algumas amigas minhas disseram que é normal, porque eu fico nervosa e não sei o que porém eu acho que não é, porque eu sinto vontade de fazer sexo com ele, e muita, mas na hora H dói demais e as veses ele se sente culpado achando que é culpa dele, e não é... eu li vários blogs, vários sites, muitas coisas e todas me levam a mesma coisa, que é esse problema do qual está tratando aqui. Como só tenho 17 não posso dar certeza de nada, ainda mais pq não fiz sexo tanta vezes assim, se fiz 10 vezes foi muito, todas as vezes com camisinha. E como eu disse, sou menor de idade por issso não posso ir na ginecologista sozinha, ainda mais porque minha mãe não sabe e não tem nenhum condição de contar pra ela que não sou mais virgem pra falar o que passo quando faço e pedir pra ir na gine.. ela me mataria :( por favor, alguma de vocês que fizeram o tratamento, se vocês puderem me dar uma luz, sovre como fazer algo por mínimo que seja sozinha pra melhorar isso eu ia agredecer muito pq eu não suporto sentir vontade e chegar na hora H ser dolorido e tenso do jeito que é. Eu não posso ir ao médico sozinha e não tenho nenhuma tia, amiga etc pra ir comigo. Por favor mesmo, se puderem me ajudar dicas e falar como é o tratamento pra eu tentar fazer algo a respeito, eu ficaria mt feliz.. me escrevam: cellbarbosa@yahoo.com.br

    ResponderExcluir
  6. Bom dia, querida! Não é possível que se dê um diagnóstico a distância, não existe restrições para que você, mesmo sendo menor, procure um ginecologista sozinha. Pelo seu relato, pode ser que seu desconforto se deva sim ao fato de que sua vida sexual está ainda no início.
    Minha sugestão é que você introduza seu próprio dedo com a ajuda de lubrificante e vá massageando a parte interna da vagina, primeiro com 1 dedos, depois com 2 faça movimentos como se tivesse abrindo e fechando uma tesoura. Use absorventes inrernos e faça os exercícios de contração e relaxamento da vagina como se tivesse soltando e prendendo o xixi. Peça ao seu namorado que introduza o dedo dele e faça movimentos circulares bem devagar e vá acelerando conforme você se sinta mais à vontade.
    Qualquer dúvida, me envie um e-mail.
    Abraços.

    ResponderExcluir
  7. Anonimo 26 de outubro, meu nome Nanda tnho 24 anos e sofro de vaginismo faz 3 anos que venho a procura de tratamento, com isso ja li muitos artigos, livros, blogs vi videos etc do assunto e pelo seu relato acho que vc tem dispareumia, que consegue penetracao mais sente alguma dor que no caso nao e normal. Ja no meu caso vaginismo eu nao consigo deixar meu marido introduzir nada em minha vagina, faz tres anos que somos casados e nunca houve penetracao.

    bjim**
    Melissa estou feliz por participar, ler historias como a minha...
    espero que um dia escrevo minha historia de superacao....

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi, querida, também fico feliz que o blog esteja te fazendo bem. Este espaço foi criado para isso mesmo, para pessoas como nós pudessem compartilhar suas lutas e encontrar forças para seguir rumo à cura do vaginismo. Tenho certeza que em breve teremos sua história de superação postada aqui.
      Beijão.

      Excluir
  8. Meu nome é Bia, moro em Macaé e já têm 10 anos que eu sofro de vaginismo, passei por vários ginecologista e faltava pouco para todos me falarem que era frescura, falavam que eu tinha que relaxar, comecei a beber muito antes de qualquer ato sexual, cheguei a tomar relaxante muscular e nada, só estava me fazendo mal o tempo todo, até que comecei a pesquisar bastante e achei esse blog, foi uma mistura de risos e lágrimas na hora, parecia que estava saindo de um pesadelo, voltei ao ginecologista que frequentava e conversei com ele, ele me confirmou ao tentar realizar um exame e me solicitou que eu procurasse uma terapeuta sexual, o qual não encontrei na cidade que moro, mas Graças a Deus, estou tendo uma psicóloga que está sendo maravilhosa Katy Bergamino, ela tem me ajudado muito, uma profissional muito bem qualificada, nunca imaginei que terapia iria me ajudar tanto, mas estava com muitas dificuldades em achar uma fisioterapeuta uroginecológica, mas consegui depois de várias semanas tentando, no momento não me sinto preparada para esse tratamento, já que comecei minha terapia em Dezembro, talvez em Janeiro eu consiga, vocês que já passaram por isso e algumas que estão passando sabem o que é isso, é uma sensação de alivio em descobrir que não estou sozinha e que logo estaremos bem, eu entrei em depressão algumas vezes e fico muito triste de não ter um ginecologista que levanta essa hipótese, mas rumo a 2015. Que todas consigam superar esse grande problema.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi, Bia, parabéns pela perseverança! Fico feliz que o blog tenha te ajudado, sei bem como se sentiu ao descobrir que não era a única no planeta a passar por isso, eu me senti da mesma forma, afinal, sempre achei que tinha vindo ao mundo com um defeito de fábrica.
      Fico feliz que tenha encontrado uma terapeuta que esteja fazendo a diferença e tenho certeza que em breve você estará pronta para iniciar o tratamento com a fisioterapeuta, ele é tão importante quanto a terapia.
      Qualquer coisa eu estarei aqui, pode contar comigo :)
      Beijos.

      Excluir

Obrigada pelo seu comentário!
Pode voltar que terá uma resposta minha, ok? :)