quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Contar ou não contar?

O vaginismo é um assunto tão sigiloso, que dentre muitos sentimentos que ele nos faz sentir um é a solidão e o outro é a vergonha, e os dois estão diretamente ligados. Temos vergonha de falar sobre o nosso problema, na maioria das vezes, apenas o marido, namorado, companheiro... sabem o que estamos enfrentando. Mas nem sempre eles são suficientes, temos até mesmo a impressão de que eles não entenderam realmente o que se passa conosco, por mais que eles se esforcem, nos ajudem, apoiem. Parece que chega aquele momento em que precisamos desabafar com uma amiga, seja ela uma amiga de infância, irmã, prima, mãe.

E aí, contar ou não contar? Eu contei!

Já faz algum tempo que venho sentindo a necessidade de contar para alguém próximo sobre o vaginismo. Não sei bem o porquê de tal necessidade já que há muito tempo não me sinto mais sozinha, tenho o blog, minhas leitoras que amo, me correspondo com algumas delas quase que diariamente, encontro a minha querida psico semanalmente e por fim, mas não menos importante, meu amado maridinho.
Ainda assim a necessidade persistia. Conversei com a psico para tentarmos entender o que se passava e ela me aconselhou a fazer o que achasse melhor., pois o que parecia era que eu estava sentindo a necessidade de ter um apoio que me parecesse mais familiar e feminino.

Semanas atrás, estava conversando com uma prima/irmã/amiga e achei que aquele era o momento certo, estávamos falando sobre a falta de lubrificação que tanto a incomoda e foi a deixa para que eu me abrisse com ela. Foi como o esperado, assim como a maioria das pessoas, ela nunca tinha ouvido a palavra "vaginismo" e não achava ser possível alguém ter um problema como este. Mas o mais importante foi o fato de ela não ter me olhado como se eu fosse um E.T. e a maneira como me senti com a revelação. Ela ainda me confidenciou que logo depois de dar à luz a seu primeiro filho, passou por problemas semelhantes, foram quase 6 meses sem conseguir penetração, e quando procurou sua médica adivinhem o que ela lhe disse? Isso mesmo, que era só relaxar que logo tudo voltaria ao normal. Com sorte tudo voltou ao seu devido lugar, mas penso que ela teve um caso de vaginismo secundário que se resolveu com mais facilidade. Que bom, ela teve sorte! Mesmo sem saber do que se tratava, ela decidiu fazer algo e começou a inserir o dedo e massagear a vagina internamente, e a fazer movimentos como se fosse alargá-la com os dedos, e deu super certo!

E sabem como eu me senti depois de ter me aberto? Feliz, feliz, feliz demais!!! Me fez tão bem quanto a primeira sessão com minha psico, meu primeiro post no blog, minha primeira sessão de fisioterapia... Não tive medo, nem vergonha, não me senti menor, nem menos mulher, muito pelo contrário, minha sensação era de liberdade plena, era como se eu tivesse tirado uma tonelada das minhas costas. :))

E vocês, o que acham, contar ou não contar?

Se alguma de vocês têm a mesma necessidade, aconselho procurar alguém da sua confiança, talvez isso também faça parte do processo de libertação total.
Espero que tenham uma experiência tão satisfatória e libertadora quanto a minha.

Abraços,
Melissa.


19 comentários:

  1. Olá, Melissa, tenho 29 anos, casada a 6 e tb rumo a cura do vaginismo... passei por isso e me fez mto bem me abrir com uma amiga, realmente é como se tirasse um peso das costas...

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi, Orquídea, tudo bem? É mesmo libertador, se eu soubesse o quanto me faria bem, teria feito há muito tempo.
      Sucesso pra você no processo rumo à cura!
      Beijos.

      Excluir
  2. Eu tbm conversei com uma amiga minha, ela nao entendeu de começo mas, pude explicar tudo isso .. me senti ate melhor... mas é muito bom conversar com vc Melissa.. adoroo Bjinhos May :)

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Amiga linda, você é um presente de Deus na minha vida. É uma pena termos tão pouco tempo, a correria da vida não nos permite mais.
      May, obrigada pela sua amizade, obrigada por tudo.
      Beijão.

      Excluir
    2. Aqui devia ter a opção "Curti" também né?? prometo que essa semana vou arrumar um tempinho para conversamos viu!! Você é muito especial Melissa, bjus May :)

      Excluir
  3. É engraçado como nós vagínicas temos tantos pontos em comum, eu também sindo esta necessidade de contar para uma melhor amiga, diversas vezes estive bem próxima disso, mas faltou coragem infelizmente. Gostaria de poder dividir com ela, gostaria de ter certeza que no fundo alguém além de vocês, claro, entende a minha dor.
    Uma hora a coragem o cupa o lugar da vergonha e finalmente eu sentirei o mesmo que vocês puderam sentir. Será????

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá, tudo tem o momento certo, com certeza chegará a sua hora de aliviar esta bagagem que nos pesa tanto. Eu também chegava bem perto de contar e sempre desistia, mas um dia eu senti que aquele era o momento certo, acredito que você também sentirá que chegou a hora.
      Enquanto este momento não chega, estamos aqui para o que der e vier, viu?! Sinta-se a vontade, este espaço é seu, é de todas nós.
      Grande abraço.

      Excluir
  4. Eu também contei, mas tive a sensação de não ter sido compreendida, não sei se fui muito afobada e não me expressei bem... contei pra minha mãe, mas ela achou que eu era frígida, não usou esta palavra mas foi o que deixou a entender. Hoje não sinto mais vontade de contar, me satisfaço comentando e perguntando em blogs como este.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá, Sonhadora, seja bem-vinda ao blog.
      Já soube de várias pessoas que fizeram essa ligação errônea entre o vaginismo e a frigidez, isso porque muitos pensam que o fato de não se conseguir a penetração é pq não se tem desejo sexual e isso não é verdade, vagínicas têm sim desejo sexual normal.
      Mas o bom é que você nos encontrou esta necessidade passou.
      Conte sempre conosco, estaremos aqui.
      Abraços.

      Excluir
  5. Eu penso que não tem o porquê de contar... Já passei por tantos PROFISSIONAIS que em praticamente nada puderam me ajudar... Contar para MAIS UMA pessoa seria mais uma vez cutucar numa ferida tão difícil... Ainda mais sempre acabam contando para outra "melhor amiga" Como parei de tomar anticoncepcionais contei para uma super amiga que estava querendo ter um bebê... Ela me perguntou sobre meu ultrassom intravaginal pq ela tinha SOP...como explicar que nunca fiz este exame por causa do vaginismo? São taaaantos dilemas...

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. É verdade Victória, são tantos os dilemas que temos de enfrentar, me lembro de ter mentido várias vezes sobre já ter feito os tais exames ginecológicos. Hoje não preciso mais mentir, já faço todos os exames.
      A sua hora também vai chegar, acredite!
      Abraços.

      Excluir
  6. Olá, Victoria! Realmente são muitos dilemas que as vezes nos fazem até perder a esperanca e confiança. Mas existe a cura, sim! E um dia ela chega pra mim e pra vc! Mesmo que ainda não tenha encontrado um profissional de saúde que te entenda (e olha que já ouvi cada coisa absurda que me disseram), existe algumas coisas que podemos fazer por nós mesmas como o auto-conhecimento e exercícios. Tenha fé em Deus e tudo dará certo! Bjs.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. É isso mesmo, Orquídea, temos de acreditar, acreditar sempre e desistir jamais!
      A cura chegará para todas nós, basta perseguí-la. ;)
      Beijos.

      Excluir
  7. Olá meninas que legal este blog Melissa, com comentários e posts recentes.
    A muito tempo não estava lendo assuntos sobre o vaginismo, sei lá, estava evitando, tentando distrair a cabeça com outras coisas mas chega uma hora que não dá né... Acho que vim no blog justamente por não ter coragem de contar, já pensei em falar com algumas amigas mas não senti coragem o máximo que consigo é soltar algo tipo que estou sentindo um pouco de dor, não tô relaxando como deveria, mas não falar tudo...e o pior é participar de "reuniõezinhas das meninas" com uma certa frequência e os assuntos sempre caírem nessa linha e eu fingir que sei tudo que estão falando que faço as coisas, que estou por dentro até presentinho de sexShop ganhei delas em um amigo secreto nosso e tive que falar que eu usei ...Que situação! rs tem que rir para não chorar. (Ane)
    Bjs

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi, Ane, você é muito bem-vinda ai nosso time, time este que se recusa a desistir da cura.
      Eu também passei pela fase da fuga, tudo o que eu queria esquecer e deixar pra trás eram as coisas que me lembravam o vaginismo. Tentei me convencer que uma hora ele desapareceria e que eu me curaria como mágica, mas a verdade é que isso não acontece, se não buscarmos ajudas profissionais, o vaginismo sempre vai sempre nos atormentar.

      Eu também muitas vezes contei de maneira parcial, falava exatamente as mesmas coisas que você, sempre na esperança que alguém pudesse dizer o mesmo e se identificar comigo. rs...

      Se quiser pode me mandar um e-mail para conversamos melhor nessaalda32@gmail.com
      Abraços.

      Excluir
  8. Meninas,estou aqui para compartilhar minhas dores e conquistas,desde ja agradeco pelo livro.
    Eh mt engracado essa necessidade de falar,como precisamos disso,e como nos faz bem,todavia comigo foi da pior forma possivel,fui ridicularizada pela familia do meu ex marido,mas enfim...estou aqui e viva para poder compartilhar minhas vitorias e avancos.Beijinhos meninas

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi, querida, seja bem-vinda ao nosso time de vencedoras :)
      O livro também me ajudou muito.
      É uma pena que você não tenha encontrado alguém que te compreendesse e te apoiasse, mas tenho certeza de dias melhores para você.
      Já encontrou um novo amor? Em breve tudo isso será passado e fará parte da sua memória bem distante.
      Estamos aqui para o que precisar.
      Beijos.

      Excluir
  9. Olá meninas, eu descobrir que tinha vaginismo semana passada, uns dias antes do meu aniversário...na verdade meu marido quem decobriu isso
    ( depois de mais um briga por não conseguir por mais imã vez a penetração ) Desde então minha vida se resume em trabalhar e ler tudo o que posso sobre o assunto. Comecei o tratamento com a fisioterapeuta e estou animada, mas no primeiro dia da sessão eu tive muita vergonha de falar, depois de falar com ela o que estava acontecendo sentir como se um peso saísse de mim, até comentei com ela que estava me sentindo bem só pelo fato de ter falado. Eu sei que ainda tenho um caminho longo a percorrer, mas tenho fé em Deus que tudo isso vai passar, quero viver uma vida sexual sem regalias, se ainda tem alguém aí que está passando por isso, procure ajuda..eu não acredito que passei 5 anos casada e com vergonha de procurar ajuda. Um bj e obrigado por compartilhar as suas histórias, isso tem me ajudado muito. Jacy

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Boa tarde,Jacy! Este é o caminho, só não se cura quem desiste, e este não é seu caso. Em breve estará curada e realizada.
      Conte sempre conosco, é um prazer poder ajudar.
      Abraços.

      Excluir

Obrigada pelo seu comentário!
Pode voltar que terá uma resposta minha, ok? :)